sábado, 31 de março de 2012

Domingo de Ramos | 1.4.2012


A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.



Fontes:
Ecclesia
SDPL Viseu
A Caminho

quinta-feira, 22 de março de 2012

Texto de Opinião #6

O que é a Igreja? É uma instituição que mais parece fruto de um sonhador: foi confiada a pescadores e o seu fundador morreu na cruz como um criminoso, abandonado até pelos amigos. Então, o que esperar, no futuro, de uma obra assim?
Estando próxima a sua paixão, Jesus reuniu os discípulos e deu-lhes uma certeza: «Eu apelarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco». (Jo 14, 16) O Paráclito é o Espírito Santo. É pela sua acção que, nós, cristãos, nos tornamos testemunhas de Jesus Cristo. Testemunhas através da vida, com gestos de acolhimento e compreensão, de solidariedade e comunhão. Testemunhas mediante a palavra: é na força do Espírito Santo que anunciamos Jesus Cristo, morto e ressuscitado, presente no mundo com o seu dinamismo libertador. Testemunhas no meio das dificuldades, convictos de que o Espírito Santo nos acompanha. Testemunhas pela prática do amor: vivendo no amor deixamo-nos conduzir pelo Espírito Santo.
O Espírito Santo foi dado à Igreja para a animar continuamente. Ele sopra onde quer; faz nascer em cada pessoa carismas próprios para o serviço da Igreja e oferece os seus dons aos que crêem no Senhor.
Desafio-vos, hoje, a colocarem em prática, aqueles propósitos tantas vezes adiados: visitar um doente; telefonar a um amigo distante; responder a um e-mail; procurar aquela pessoa que não é muito agradável, com disposição de a escutar… Deixemos que o Espírito Santo actue em nós…

Bruna Chambel,
Vogal de Formação

sábado, 17 de março de 2012

IV Domingo da Quaresma | 18.03.2012

A liturgia do 4º Domingo da Quaresma garante-nos que Deus nos oferece, de forma totalmente gratuita e incondicional, a vida eterna.
A primeira leitura diz-nos que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de auto-suficiência, está a construir um futuro marcado por horizontes de dor e de morte. No entanto, diz o autor do Livro das Crónicas, Deus dá sempre ao seu Povo outra possibilidade de recomeçar, de refazer o caminho da esperança e da vida nova.
A segunda leitura ensina que Deus ama o homem com um amor total, incondicional, desmedido; é esse amor que levanta o homem da sua condição de finitude e debilidade e que lhe oferece esse mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim que está no horizonte final da nossa existência.
No Evangelho, João recorda-nos que Deus nos amou de tal forma que enviou o seu Filho único ao nosso encontro para nos oferecer a vida eterna. Somos convidados a olhar para Jesus, a aprender com Ele a lição do amor total, a percorrer com Ele o caminho da entrega e do dom da vida. É esse o caminho da salvação, da vida plena e definitiva.

Fontes:
Ecclesia
sdplviseu

sábado, 10 de março de 2012

III Domingo da Quaresma | 11.03.2012


A liturgia do 3º Domingo da Quaresma dá-nos conta da eterna preocupação de Deus em conduzir os homens ao encontro da vida nova. Nesse sentido, a Palavra de Deus que nos é proposta apresenta sugestões diversas de conversão e de renovação.
Na primeira leitura, Deus oferece-nos um conjunto de indicações (“mandamentos”) que devem balizar a nossa caminhada pela vida. São indicações que dizem respeito às duas dimensões fundamentais da nossa existência: a nossa relação com Deus e a nossa relação com os irmãos.
Na segunda leitura, o apóstolo Paulo sugere-nos uma conversão à lógica de Deus… É preciso que descubramos que a salvação, a vida plena, a felicidade sem fim não está numa lógica de poder, de autoridade, de riqueza, de importância, mas está na lógica da cruz – isto é, no amor total, no dom da vida até às últimas consequências, no serviço simples e humilde aos irmãos.
No Evangelho, Jesus apresenta-se como o “Novo Templo” onde Deus se revela aos homens lhes oferece o seu amor. Convida-nos a olhar para Jesus e a descobrir nas suas indicações, no seu anúncio, no seu “Evangelho” essa proposta de vida nova que Deus nos quer apresentar.

Fontes:
Beneditinos
Dehonianos
SDPL Viseu

As Palavras Ficam Sempre

Se me disseres que me amas, acreditarei.
Mas se escreveres que me amas,
Acreditarei ainda mais.
Se falares da tua saudade, entenderei.
Mas se escreveres sobre ela,
Eu a sentirei junto contigo.
Se a tristeza vier a te consumir e me contares, eu saberei.
Mas se descreveres no papel,
O seu peso será menor.
Assim as palavras são escritas:
Possuem um magnetismo especial,
Libertam, acalantam, invocam emoções.
Elas possuem a capacidade.
De em poucos minutos cruzar mares,
Saltar montanhas, atravessar desertos intocáveis.
Muitas vezes, infelizmente, perde-se o autor.
Mas a mensagem sobrevive ao tempo,
Atravessando séculos e gerações.
Elas marcam um momento que será.
Eternamente revivido por todos aqueles que a lerem.
Vive o amor com palavras faladas e escritas.
Mata saudades, pede perdão,
Aproxima-te e recupera o tempo perdido.
Insinua-te, alegra alguém.
Oferece um simples “bom dia”,

Faz um carinho especial.
Usa a palavra a todo instante, de todas aas maneiras.
Tua força é imensurável.
Lembra-te sempre do poder das palavras.
Quem escreve, constrói um castelo,
Quem o lê passa a habita-lo.

Daniel Domingos,

Vogal de Liturgia

sábado, 3 de março de 2012

Texto de opinião

Parece que chegou a minha vez de escrever e peço desde já desculpa pelo mau jeito que tenho para o fazer. Há uns tempos atrás, publiquei uma música que me fez pensar nos problemas mundiais e queria que também vocês reflectissem sobre o tema, mas pareceu-me que vos passou ao lado. Não quis esquecer o assunto, e já que me deram a oportunidade de me expressar sobre o que quisesse, porque não fazer pensar-vos nisto agora? A música pertence aos SOJA, e chama-se “everything changes”. A letra desta música faz-nos querer levantar do sofá e ir ajudar o outro. O outro que tem fome, que em vez de chegar a casa, comer e ainda implicar com quem cozinhou por não ser uma refeição que lhe agrade, está o dia inteiro a olhar pró chão, em busca de restos que o tentem alimentar, ou à procura de uma poça de água que mesmo sendo imprópria para beber poderá salvá-lo da morte por mais uns dias. E então pergunto-me, porquê tamanha desigualdade e injustiça, sendo que o artigo nº1 dos direitos humanos nos diz que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”? Porque continuamos nós a ser os privilegiados, e alguns deles escravos de pequenos senhores (e digo pequenos, porque embora tenham poder para tomar decisões envolvendo inocentes, não são dignos de serem chamados de pessoas)? Porque continuamos nós em frente à televisão, apenas ouvindo as desgraças dos outros e porque continuam os restantes, por norma esquecidos, a sofrer, sem terem culpa da vida que levam, sem nunca terem feito nada de errado para viver num sítio onde guerreiam devido ao capital ou até mesmo por diferentes religiões onde não há respeito mútuo? Porquê?
Peço-vos então que reflictam e que Lhe agradeçam pela boa vida que nos atribuiu. Imploro que deixem de ser egoístas e egocêntricos, ou que tentem, pelo menos, partilhar algo com alguém por mais simples e desprezável que seja o objecto/alimento. Ajudem o próximo, quem sabe se um dia os papéis não serão invertidos.

Um beijinho,
Joana Fernandes,
vogal de liturgia






link da musica : http://www.youtube.com/watch?v=_zbZV41GBio