sábado, 20 de fevereiro de 2010

Quaresma 2010


PASSO A REZAR: leva contigo a tua oração


O http://www.passo-a-rezar.net/é o novo site onde podes fazer download gratuito de 10 minutos de oração diariamente e levares contigo a tua oração em formato mp3 para rezares onde e quando quiseres. A partir de 17 de Fevereiro.

A marcar o início da Quaresma, e na preparação da vinda do Papa a Portugal, o projecto inspira-se no que os jesuítas lançaram há cinco anos, em Inglaterra – o “pray-as-you-go” é por cá o “passo a rezar” e vai disponibilizar na Internet uma oração diária, de segunda a sexta-feira.

Francisco Martins é um dos promotores desta iniciativa do Apostolado da Oração, que propõe aos portugueses que aproveitem melhor o tempo em que se deslocam para trabalhar ou estudar.

“Aproveitar estes tempos de trânsito para rezar é uma oportunidade única e o «passo-a-rezar» quer servir aí as pessoas”, explica.

Lançado no início da Quaresma, o projecto pretende também ajudar os portugueses a prepararem-se melhor para receber o Papa, em Maio: “O que estamos a propor aos portugueses é que também preparem, interiormente, a visita do Papa Bento XVI a Portugal”, afirma o jesuíta Francisco Martins.

O site “passo-a-rezar.net” é lançado esta quarta-feira. O projecto conta com a colaboração das rádios do grupo Renascença (Renascença, RFM, MEGA Hits e Sim).

I Domingo da Quaresma | 21.02.10


No início da Quaresma, a Palavra de Deus apela a repensar as nossas opções de vida e a tomar consciência dessas “tentações” que nos impedem de renascer para a vida nova, para a vida de Deus.

A primeira leitura convida-nos a eliminar os falsos deuses em quem às vezes apostamos tudo e a fazer de Deus a nossa referência fundamental. Alerta-nos, na mesma lógica, contra a tentação do orgulho e da auto-suficiência, que nos levam a caminhos de egoísmo e de desumanidade, de desgraça e de morte.

O Evangelho apresenta-nos uma catequese sobre as opções de Jesus. Lucas sugere que Jesus recusou radicalmente um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil, pois o plano de Deus não passava pelo egoísmo, mas pela partilha; não passava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passava por manifestações espectaculares que impressionam as massas, mas por uma proposta de vida plena, apresentada com simplicidade e amor. É claro que é esse caminho que é sugerido aos que seguem Jesus.

A segunda leitura convida-nos a prescindir de uma atitude arrogante e auto-suficiente em relação à salvação que Deus nos oferece: a salvação não é uma conquista nossa, mas um dom gratuito de Deus. É preciso, pois, “converter-se” a Jesus, isto é, reconhecê-l’O como o “Senhor” e acolher no coração a salvação que, em Jesus, Deus nos propõe.
Farol de Luz; A Caminho

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ADEUS





O Carnaval é uma festa que, não sendo de origem cristã, está enquadrada no calendário festivo da Igreja.

As raízes do Carnaval são múltiplas: judaicas – pagãs – cristãs. Todas acentuam o convívio humano em todos os lugares e em todos os tempos.

Por detrás desta festa divertida e mundana está aquela sabedoria do ritmo do tempo descrito na Bíblia: “Para tudo há um tempo e um tempo para cada coisa debaixo do céu: tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para arrancar o plantio… tempo para chorar e tempo para rir, tempo para se lamentar e tempo para dançar” (Ecl 3, 1-4).

Não acontece tudo ao mesmo tempo; o homem precisa de um certo ritmo, primeiro através da criação e depois através da história que a fé representa ao longo do ano, através da cultura…; mas a alegria e o simbolismo sempre estiveram presentes. O Carnaval foi-se transformando em cada período histórico, com características cada vez mais diferentes. Perdeu um certo ritual de magia e de fantástico para se tornar em coisa nenhuma, a não ser muitas vezes um espectáculo de mau gosto – naturalmente expressão da sociedade do vazio em que vivemos. O comércio presta-lhe as honras com as máscaras e os mascarados. O Carnaval tornou-se uma “liturgia” da liberdade de expressão cultural, de crítica social, da libertinagem e da irresponsabilidade.

Porém, com máscaras e mascarados, fazemos a vida quotidiana ao longo do ano. Por isso a Igreja, perante ritmos de vida tão descolorida, marca a diferença e propõe um tempo com atitudes diferentes e fazendo do Carnaval (traduzido do latim “carne vale” = “adeus à carne”) um ‘Adeus” à carne, para uma abstinência, para uma moderação na comida e na bebida com o sentido da partilha e da solidariedade, da mudança de atitudes. Somos convidados à conversão, aprofundando o que é que se esconde por detrás dos nossos hábitos, das nossas boas maneiras, das nossas aparências, das nossas máscaras, verificando se vivemos segundo os critérios do Evangelho que nos valorizam e enriquecem.

Da dispersão em que andamos na engrenagem impiedosa das múltiplas ocupações, tão atarefados, somos convidados a fazer da Quaresma um tempo e um espaço de deserto, de silêncio, de paz, para que façamos esforço de interiorização, de reflexão pessoal e quanto possível na família. Aliás, é esta a proposta que nas reuniões de pais dos jovens que andam na catequese lhes apresentamos com a Caminhada Quaresmal para a Páscoa. É um tempo em que Cristo Jesus nos convida para uma vida nova. É tempo de nos voltarmos para Deus que nos ama, que nos salva por Seu Filho. A Família a Caminho da Vida.

Digamos adeus ao Carnaval e comecemos um tempo novo, para uma vida nova.



P. Batalha

Farol de Luz

sábado, 13 de fevereiro de 2010

VI Domingo do Tempo | 14.2.10


A Palavra de Deus que nos é proposta neste domingo leva-nos a reflectir sobre o protagonismo que Deus e as suas propostas têm na nossa existência.

A primeira leitura põe frente a frente a auto-suficiência daqueles que prescindem de Deus e escolhem viver à margem das suas propostas, com a atitude dos que escolhem confiar em Deus e entregar-se nas suas mãos. O profeta Jeremias avisa que prescindir de Deus é percorrer um caminho de morte e renunciar à felicidade e à vida plenas.

O Evangelho proclama “felizes” esses que constroem a sua vida à luz dos valores propostos por Deus e infelizes os que preferem o egoísmo, o orgulho e a autosuficiência. Sugere que os preferidos de Deus são os que vivem na simplicidade, na humildade e na debilidade, mesmo que, à luz dos critérios do mundo, eles sejam desgraçados, marginais, incapazes de fazer ouvir a sua voz diante do trono dos poderosos que presidem aos destinos do mundo.

A segunda leitura, falando da nossa ressurreição – consequência da ressurreição de Cristo –, sugere que a nossa vida não pode ser lida exclusivamente à luz dos critérios deste mundo: ela atinge o seu sentido pleno e total quando, pela ressurreição, desabrocharmos para o Homem Novo. Ora, isso só acontecerá se não nos conformarmos com a lógica deste mundo, mas apontarmos a nossa existência para Deus e para a vida plena que Ele tem para nós.


Farol de Luz; A Caminho