sábado, 19 de setembro de 2009

XXV Domingo do Tempo Comum | 20.09.09



A liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum convida os crentes a prescindir da “sabedoria do mundo” e a escolher a “sabedoria de Deus”. Só a “sabedoria de Deus” – dizem os textos bíblicos deste domingo – possibilitará ao homem o acesso à vida plena, à felicidade sem fim.


O Evangelho apresenta-nos uma história de confronto entre a “sabedoria de Deus” e a “sabedoria do mundo”. Jesus, imbuído da lógica de Deus, está disposto a aceitar o projecto do Pai e a fazer da sua vida um dom de amor aos homens; os discípulos, imbuídos da lógica do mundo, não têm dificuldade em entender essa opção e em comprometer-se com esse projecto. Jesus avisa-os, contudo, de que só há lugar na comunidade cristã para quem escuta os desafios de Deus e aceita fazer da vida um serviço aos irmãos, particularmente aos humildes, aos pequenos, aos pobres.


A segunda leitura exorta os crentes a viverem de acordo com a “sabedoria de Deus”, pois só ela pode conduzir o homem ao encontro da vida plena. Ao contrário, uma vida conduzida segundo os critérios da “sabedoria do mundo” irá gerar violência, divisões, conflitos, infelicidade, morte.


A primeira leitura avisa os crentes de que escolher a “sabedoria de Deus” provocará o ódio do mundo. Contudo, o sofrimento não pode desanimar os que escolhem a “sabedoria de Deus”: a perseguição é a consequência natural da sua coerência devida.



Reflectindo o Evangelho



“Quem quiser ser o primeiro,” diz-nos Jesus no Evangelho deste Domingo, “será o último e o servo de todos”(Evangelho). Numa primeira impressão, esta frase parece ser acertada e agradável de ouvir, mas se lhe dedicarmos algum tempo de reflexão reparamos que contraria o senso comum. Como podem ser aqueles que servem as pessoas mais importantes do mundo?


Jesus convida-nos a olhar para o exemplo das crianças. Têm momentos de simplicidade, de humildade, de paz. Mas também são pequenos “tiranos” de vez em quando, vivendo obcecados pelo eu, tentando impor sempre as suas vontades. Mas, perante desconhecidos, as crianças são capazes de atitudes que não são facilmente observáveis noutras faixas etárias. São capazes de aceitar os outros.


Então, qual será a atitude das crianças que Jesus quer que acolhamos? Talvez a sua disposição para aprender. Ninguém como as crianças está disponível para aprender novas coisas.


Os discípulos de Jesus tinham voltado a discutir no caminho quem seria o maior entre eles, Jesus já os tinha esclarecido sobre quem poderia tornar-se grande, mas mesmo assim eles continuaram a tentar descobrir seguindo apenas a lógica humana.


O grande desafio lançado por Jesus para todos aqueles que o queiram seguir é que sejam capazes de aprender, de reconhecer que ainda não sabem tudo. Que tal como as crianças sejam capazes de fazer as coisas sem ser para testar as pessoas (ver primeira leitura – testar o homem justo para ver a sua mansidão).



Vivendo o Evangelho



“O Senhor sustenta a minha vida”. É esta certeza que marca de forma inconfundível a forma de viver de um cristão, é a certeza de que há Alguém que está aqui por nós.


Na carta de S. Tiago (segunda leitura) encontramos um convite a um código de vida que nos ajuda a viver o pedido de Jesus no Evangelho deste Domingo. Ao vivermos longe da inveja e da rivalidade estamos a adoptar um estilo de vida semelhante ao das crianças que somos convidados a imitar.


No entanto, imitar, acolher o exemplo das crianças, não é tornar a nossa vida infantil, é sim viver com base no acolhimento da mensagem cristã e colocando-a em prática junto dos irmãos. E quando for difícil colocar em prática basta pedir ajuda, mas é preciso saber pedir (ver segunda leitura).



Farol de Luz; A Caminho



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