sábado, 8 de agosto de 2009

XIX Domingo do Tempo Comum, 9.08.09


A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum dá-nos conta, uma vez mais, da preocupação de Deus em oferecer aos homens o “pão” da vida plena e definitiva. Por outro lado, convida os homens a prescindirem do orgulho e da auto-suficiência e a acolherem, com reconhecimento e gratidão, os dons de Deus.

A primeira leitura mostra como Deus Se preocupa em oferecer aos seus filhos o alimento que dá vida. No “pão cozido sobre pedras quentes” e na “bilha de água” com que Deus retempera as forças do profeta Elias, manifesta-se o Deus da bondade e do amor, cheio de solicitude para com os seus filhos, que anima os seus profetas e lhes dá a força para testemunhar, mesmo nos momentos de dificuldade e de desânimo.

O Evangelho apresenta Jesus como o “pão” vivo que desceu do céu para dar a vida ao mundo. Para que esse “pão” sacie definitivamente a fome de vida que reside no coração de cada homem ou mulher, é preciso “acreditar”, isto é, aderir a Jesus, acolher as suas propostas, aceitar o seu projecto, segui-l’O no “sim” a Deus e no amor aos irmãos.

A segunda leitura mostra-nos as consequências da adesão a Jesus, o “pão” da vida… Quando alguém acolhe Jesus como o “pão” que desceu do céu, torna-se um Homem Novo, que renuncia à vida velha do egoísmo e do pecado e que passa a viver no caridade, a exemplo de Cristo.


Reflectindo o Evangelho


Dentro do imaginário de férias de muitos jovens existe um ideal de viagem que é olhado com admiração, como um desafio, mas que muitas vezes acaba por ficar no fundo da gaveta. Dentro destes estilos de férias e de viagens há um que sempre fascinou – o inter-rail: conhecer várias cidades usando o comboio como meio de transporte é um desafio que exige planificação e abandono de rotinas habituais do dia-a-dia.

O Evangelho deste Domingo é um bilhete de inter-rail, um desafio a agarrar algo de novo para conhecer uma nova forma de viver. Aderir a Jesus Cristo “pão da vida” (ver evangelho) é aceitar o desafio a viver segundo um novo prisma, uma nova atitude, o “ ser imitadores de Deus, como filhos muito amados” (ver segunda leitura).

Encarar este Jesus Cristo como proposta de vida é olhar para os desafios que vamos encontrar durante a nossa viagem, e as dúvidas são tantas que por vezes podemos desconfiar, à semelhança dos judeus, do próprio motivo para nos desinstalarmos.

Olhando para Elias vemos o exemplo do viajante que vacila na confiança que depositou naquele que o impeliu a sair (ver primeira leitura). Podemos desanimar, querer baixar os braços, se vacilamos no contacto com o meio que se vai diferenciando do local onde nos acomodamos, tal como Elias vacilou no contacto com o deserto. Porém, nesta viagem os sinais de Deus para continuarmos são muito fortes, o maior dos quais a promessa feita por Jesus Cristo: “Quem acredita tem a vida eterna” (evangelho).

Nesta certeza de que Jesus Cristo é o verdadeiro pão da vida podemos então preparar-nos para uma extensa viagem seguindo o plano de Deus. Não conhecendo cidades mas sim dando a conhecer este pão, que não alimenta somente, mas que dá a vida eterna.



Vivendo o Evangelho


Um dos exercícios mais exigentes na preparação de um inter-rail é a preparação da nossa bagagem. Não podemos levar mais do que o essencial senão iremos lamentar cada grama de carga inútil que temos de transportar todos os dias.

Na preparação da nossa bagagem para aderir a este convite de vivermos como crentes no “pão da vida”, S. Paulo dá-nos uma grande ajuda na segunda leitura, com a carta aos Efésios. O grande segredo para vivermos segundo o evangelho está em sabermos aquilo que é essencial, e o essencial é caminharmos “na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e Se entregou por nós” (segunda leitura).

A caridade é a forma visível de demonstrar que já viajámos com Cristo.


Farol de Luz, A Caminho

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