quinta-feira, 20 de agosto de 2009

MISSÃO POPULAR - uma realidade a preservar



Em Portugal, muitas das Dioceses tiveram a Santa Missão, animada por várias Congregações, reviveram ou empenharam-se em renovar este "meio extraordinário" de evangelização e outras, há poucos anos ou agora, investem na Missão renovada.


Na nossa Diocese há duas Congregações masculinas que têm a Missão Popular como uma das respostas ao seu carisma: A Congregação da Missão (Padres Vicentinos) e a Congregação do Santíssimo Redentor (Padres Redentoristas). Cada uma delas tem o seu jeito próprio de responder aos apelos das comunidades e dos seus responsáveis, tendo bem presente a fidelidade a Jesus Cristo e ao Seu Evangelho, a sua matriz fundacional, o carisma que norteia o seu agir e os desafios da Igreja e da sociedade onde estão inseridas.

Em Portugal, muitas das Dioceses tiveram a Santa Missão, animada por várias Congregações, reviveram ou empenharam-se em renovar este “meio extraordinário” de evangelização e outras, há poucos anos ou agora, investem na Missão renovada.

A pré-Missão, o tempo da Missão e a pós-Missão, são os pilares da Missão Popular. As catequeses ou temas para as reuniões das Comunidades ou Assembleias Familiares e a formação contínua dos Animadores, são meios indispensáveis para a continuidade da Missão.

Entre os anos de 1994 e 2002, a Diocese de Portalegre-Castelo Branco, de modo particular, o Arciprestado de Abrantes (na altura, Arciprestados de Abrantes, Sardoal e Mação), apostou forte na Missão Popular. Também os Arciprestados de Alcains e de Nisa fizeram a experiência.
Ao todo, fizeram-se 33 Missões Populares. Foram animadas por 100 missionários (34 sacerdotes, 30 religiosas, 12 seminaristas/noviços, 8 leigas consagradas, e 16 leigos, alguns deles, chefes de família). Durante este tempo de Missão surgiram 315 Comunidades ou Assembleias Familiares. Foram 15 dias de contacto intenso com crianças, jovens, famílias e doentes, onde a presença dos missionários, e em muitas delas, do Bispo Diocesano, tornaram bem presente o espírito das comunidades apostólicas.

As Missões Populares aconteceram em Alcaravela, Santiago de Montalegre, Constância, Martinchel, Aldeia do Mato, Montalvo, São Vicente e São João Baptista/Abrantes, Alferrarede, Bairro da Chainça, Pego, São Miguel de Rio Torto, Rossio ao Sul do Tejo, Rio de Moinhos, Alvega, Tramagal, Sardoal, Andreus e São Simão, Cabeça das Mós e Entrevinhas, Valhascos, Mação, Penhascoso, Aboboreira, Belver, Envendos, Ortiga, Alcains, Cafede, Espírito Santo e Senhora da Graça/Nisa e Montalvão e em muitos outros lugares, talvez mais pequenos, mas não menos importantes nesta grande aventura missionária.

O que ficou da Missão pode ser a pergunta que se aflora no pensamento de muita gente. Os testemunhos recolhidos dizem que muito de bom aconteceu. As Assembleias Familiares, umas desapareceram e outras, transformaram-se em Grupos Paroquiais de reflexão das catequeses diocesanas.

Ao princípio, fizeram-se encontros de animação para animadores. Era a tarefa do pós-Missão. Num ou noutro lugar foi celebrado o aniversário da Missão, com um tempo de revitalização da mesma. Todavia, a escassez de pessoas para este serviço, a mudança de Bispo Diocesano e de alguns párocos, e a aposta nos Grupos de reflexão, fez com que esta dinâmica afrouxasse na Diocese, enquanto começava a crescer em outras.

A Congregação da Missão está, de novo, a apostar neste serviço missionário, tão querido pelo fundador, Vicente de Paulo, e tão recomendado pelas directrizes das Constituições e Estatutos próprios.

Prova disso, é a calendarização da Missão Popular em Tramaga e em Vale de Açor, duas freguesias da Paróquia de Ponte de Sor, para Março do próximo ano. Está previsto o seu anúncio para o Dia das Missões (18 de Outubro). No tempo de pré-Missão (Novembro-Março) haverá encontros de preparação para os animadores de comunidades, com temática própria, e serão dinamizados pela equipa vicentina das Missões Populares, liderada pelo P. Álvaro Cunha. Estão a ser formadas as equipas missionárias, com leigos e sacerdotes e, se possível, com religiosas. O P. José Alves, Provincial dos Padres Vicentinos e o P. Albertino Gonçalves, responsável pela Pastoral da Vocações, são os sacerdotes que estão disponíveis para este momento forte, nas duas comunidades.

“Missão: testemunho e serviço” é o lema do próximo Dia Mundial das Missões e da Jornada Missionária Diocesana (em Abrantes, no dia 17 de Outubro). Dois tempos fortes para animação, reflexão e partilha para nos tornar mais sensíveis aos apelos e necessidades dos irmãos e despertar em nós o ideal missionário.

Que não nos faltem a força e a coragem para o serviço da MISSÃO!




P. Agostinho de Sousa

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