terça-feira, 16 de junho de 2009

EMRC " Uma escolha acertada e necessária"


A EMRC (Educação Moral e Religiosa Católica) surge, no currículo escolar, como uma disciplina de oferta obrigatória nas escolas desde o 1 º ao 12 º ano. Oferta obrigatória mas de inscrição facultativa. É no acto de matrícula que os pais ou os alunos com mais de 16 anos, fazem a sua opção. Há várias circunstâncias, que seria longo enumerar, que levam aproximadamente 50% dos alunos, no país, a não se inscreverem, sobretudo nos últimos anos. Por parte dos poderes instituídos e de algumas escolas, esta disciplina não é vista com bons olhos, seja pela evidente “descriminação” dos docentes, seja pela elaboração dos horários, atirando-a para horas indesejáveis. No entanto, esta disciplina é indispensável para uma educação integral.

Vejamos:

- A dimensão religiosa é fundamental para compreender o sentido da vida.

- Os valores do amor, da paz, da justiça, da solidariedade, centrais na disciplina, são decisivos na formação da personalidade.

- O conhecimento da mensagem cristã é fundamental para a formação da nossa identidade pessoal e cultural e para uma melhor descoberta de Deus na nossa vida.

- O estudo e conhecimento das outras religiões favorecem o diálogo entre todos, fundamental para a construção da paz.

- A construção social não é possível sem uma verdadeira consciência ética.Por tudo isto e muito mais que poderíamos apontar, não se inscrever nesta disciplina é perder uma oportunidade de crescimento e desprezar o direito constitucional que os pais têm de escolher para os filhos o tipo de educação que desejarem. É por respeito à liberdade religiosa que a inscrição é facultativa. Não se inscrever, pode significar a negação da própria identidade religiosa ou, pelo menos, revela uma falta de consciência do sentido de pertença.

Atrevo-me, por isso a pedir: Aos pais e encarregados de educação que dialoguem com os filhos sobre o assunto e os ajudem a fazer a melhor opção e, no momento da matrícula, proceder à respectiva inscrição. Aos alunos mais velhos peço coerência, mormente aos que, pertencendo a movimentos cristãos e estando inseridos nas comunidades paroquiais, são chamados a dar testemunho da sua fé também na escola. Aos párocos, catequistas e outros responsáveis da formação juvenil peço que abordem o tema nas homilias, nas catequeses e reuniões de pais. É preciso responsabilizar e despertar consciências adormecidas.

Não tenham medo de, se necessário, ser exigentes. Sem esforço não há verdadeira educação.Tem sentido continuarmos a confiar na palavra dos pais que vêm pedir o Baptismo de um filho e que não matriculam o(s) mais velho(s) nas aulas de EMRC? Vamos continuar a admitir tantos jovens ao Sacramento do Crisma quando eles se não preocuparam minimamente com a sua formação? Podem ter a Catequese mas as aulas de EMRC têm uma função distinta e não menos importante.Só com a colaboração consciente de todos podemos lutar por um direito que nos assiste e aproveitar uma oportunidade que corremos o risco de perder se a não amamos.

P. Armando Tavares (Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas)

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