
Passam quarenta dias. A frescura do ambiente pascal mantém-se. A própria natureza, com toda a sua beleza própria da Primavera, faz-nos contemplar e lembrar a maravilha da Ressurreição. Tudo nos faz elevar os horizontes para o Horizonte: é a Ascensão de Jesus.
Nesta Solenidade, a Igreja celebra o “triunfo” e a “vitória” de Cristo sobre a morte; é a Sua plena glorificação que se iniciara já no dia da Sua Ressurreição.
Mas, esta subida de Jesus para junto do Seu Pai não é sinal de ausência, de indiferença. Como verdadeiro e fiel amigo, Jesus não nos deixa sós, mas promete enviar uma força que, estando em nós, nos permite continuar ao longo de todos os séculos e em todo o mundo a Sua missão. Ainda antes da elevação ao céu, deixa mais um segredo/missão aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura” (ver Evangelho). Aquela que fora a missão de Jesus é agora confiada aos discípulos.
Hoje, somos nós os seus discípulos. O mesmo imperativo é-nos colocado. A nossa missão aparece como o prolongamento da missão de Jesus, mas apoiada por Ele; só vivendo com esta e nesta Orientação poderemos ser verdadeiros discípulos - testemunhas da Ressurreição, anunciadores da Sua alegria e do Seu perdão, sabendo que somos portadores da força do Espírito Santo e que, por isso, tudo aquilo que fazemos não deve servir para mérito próprio, visto que o que anunciamos não é pertença nossa mas tem a sua essência no próprio Jesus Cristo: “Recebereis a força do Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (ver 1ª Leitura).
Vivendo o Evangelho
“Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu”? (ver 1ª Leitura). Hoje, pode colocar-se a questão de outro modo: homens e mulheres do século XXI, porque deixastes de olhar para o céu? Eis a grande provocação para o nosso tempo e, sobretudo, para nós cristãos.
Na verdade, a referência a Jesus Cristo e ao Seu Evangelho parece esbater-se naqueles que já receberam o Baptismo. Qual será o motivo? Será a nossa indiferença religiosa? Será o nosso pouco interesse em conhecer Jesus e a Sua mensagem? Será o nosso ausente aprofundamento da fé? Será que Jesus interfere (negativamente) na nossa vida pessoal, familiar, profissional? Será que Jesus é passado e não tem qualquer influência no presente? São estas e muitas outras questões que se nos colocam neste dia. Reflictamos sobre elas e tenhamos consciência de que, apesar de fisicamente invisível, Jesus continua presente, a Sua mensagem é actual. Importa, pois, viver voltado para o céu, mas com os pés bem assentes cá na terra, ou seja, no mundo e local onde nos encontrarmos.
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