sexta-feira, 22 de maio de 2009

Solenidade da Ascensão de Jesus - 24.05.09

O CÉU ESTÁ DENTRO DE VÓS





Solenidade da Ascensão de Jesus que celebraremos no próximo dia 24, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere também que Jesus deixou-nos o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo.

No Evangelho, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão e o comodismo e envia-os em missão, como testemunhas do projecto de salvação de Deus. De junto do Pai, Jesus continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.

Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus – a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo “caminho” que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens continuar o projecto de Jesus.

A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa “esperança” de mãos dadas com os irmãos – membros do mesmo “corpo” – e em comunhão com Cristo, a “cabeça” desse “corpo”. Cristo reside no seu “corpo” que é a Igreja; e é nela que se torna hoje presente no meio dos homens.

Reflectindo o Evangelho

Passam quarenta dias. A frescura do ambiente pascal mantém-se. A própria natureza, com toda a sua beleza própria da Primavera, faz-nos contemplar e lembrar a maravilha da Ressurreição. Tudo nos faz elevar os horizontes para o Horizonte: é a Ascensão de Jesus.
Nesta Solenidade, a Igreja celebra o “triunfo” e a “vitória” de Cristo sobre a morte; é a Sua plena glorificação que se iniciara já no dia da Sua Ressurreição.
Mas, esta subida de Jesus para junto do Seu Pai não é sinal de ausência, de indiferença. Como verdadeiro e fiel amigo, Jesus não nos deixa sós, mas promete enviar uma força que, estando em nós, nos permite continuar ao longo de todos os séculos e em todo o mundo a Sua missão. Ainda antes da elevação ao céu, deixa mais um segredo/missão aos seus discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura” (ver Evangelho). Aquela que fora a missão de Jesus é agora confiada aos discípulos.
Hoje, somos nós os seus discípulos. O mesmo imperativo é-nos colocado. A nossa missão aparece como o prolongamento da missão de Jesus, mas apoiada por Ele; só vivendo com esta e nesta Orientação poderemos ser verdadeiros discípulos - testemunhas da Ressurreição, anunciadores da Sua alegria e do Seu perdão, sabendo que somos portadores da força do Espírito Santo e que, por isso, tudo aquilo que fazemos não deve servir para mérito próprio, visto que o que anunciamos não é pertença nossa mas tem a sua essência no próprio Jesus Cristo: “Recebereis a força do Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas” (ver 1ª Leitura).


Vivendo o Evangelho


“Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu”? (ver 1ª Leitura). Hoje, pode colocar-se a questão de outro modo: homens e mulheres do século XXI, porque deixastes de olhar para o céu? Eis a grande provocação para o nosso tempo e, sobretudo, para nós cristãos.
Na verdade, a referência a Jesus Cristo e ao Seu Evangelho parece esbater-se naqueles que já receberam o Baptismo. Qual será o motivo? Será a nossa indiferença religiosa? Será o nosso pouco interesse em conhecer Jesus e a Sua mensagem? Será o nosso ausente aprofundamento da fé? Será que Jesus interfere (negativamente) na nossa vida pessoal, familiar, profissional? Será que Jesus é passado e não tem qualquer influência no presente? São estas e muitas outras questões que se nos colocam neste dia. Reflictamos sobre elas e tenhamos consciência de que, apesar de fisicamente invisível, Jesus continua presente, a Sua mensagem é actual. Importa, pois, viver voltado para o céu, mas com os pés bem assentes cá na terra, ou seja, no mundo e local onde nos encontrarmos.
Farol de Luz
A Caminho

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