domingo, 25 de outubro de 2009

XXX Domingo do Tempo Comum | 25.10.09


A liturgia do 30º Domingo do Tempo Comum fala-nos da preocupação de Deus em que o homem alcance a vida verdadeira e aponta o caminho que é preciso seguir para atingir essa meta. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, o homem chega à vida plena, aderindo a Jesus e acolhendo a proposta de salvação que Ele nos veio apresentar.

A primeira leitura afirma que, mesmo nos momentos mais dramáticos da caminhada histórica de Israel, quando o Povo parecia privado definitivamente de luz e de liberdade, Deus estava lá, preocupando-se em libertar o seu Povo e em conduzi-lo pela mão, com amor de pai, ao encontro da liberdade e da vida plena.

A segunda leitura apresenta Jesus como o sumo-sacerdote que o Pai chamou e enviou ao mundo a fim de conduzir os homens à comunhão com Deus. Com esta apresentação, o autor deste texto sugere, antes de mais, o amor de Deus pelo seu Povo; e, em segundo lugar, pede aos crentes que “acreditem” em Jesus – isto é, que escutem atentamente as propostas que Ele veio fazer, que as acolham no coração e que as transformem em gestos concretos de vida.

No Evangelho, o catequista Marcos propõe-nos o caminho de Deus para libertar o homem das trevas e para o fazer nascer para a luz. Como Bartimeu, o cego, os crentes são convidados a acolher a proposta que Jesus lhes veio trazer, a deixar decididamente a vida velha e a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Dessa forma, garante-nos Marcos, poderemos passar da escravidão à liberdade, da morte à vida.



Reflectindo o Evangelho



Queriam que ele fosse «politicamente correcto», que parasse de gritar, porque estava a importunar os que passavam e a chamar a tenção para aquele canto da rua onde costumava estar a pedir. Mas o filho de Timeu, em vez de seguir o conselho que lhe davam, gritava ainda mais alto, fazendo desesperar os que lhe davam conselhos. Mas, com todos estes gritos, com todo o barulho, ele consegue chamar a atenção de Jesus, fazer com que Ele pare e o mande chamar para ver o que quer que Ele faça (ver Evangelho). «Mestre, que eu veja» (Evangelho) é a resposta imediata, surpreendente, sem qualquer dúvida ou hesitação. E a resposta de Jesus não é menos surpreendente, ao apontar-nos para a visão que o filho de Timeu já possuía em si: «Vai: a tua fé te salvou» (Evangelho).



De facto, a grande mensagem do Evangelho deste Domingo é a de que os olhos da fé, que cada crente possui, permitem ver o caminho de salvação que conduz a Jesus e ao qual Jesus reenvia sistematicamente aqueles que d’Ele se aproximam. Seguir Jesus é deixar de viver na escuridão, no receio. É ver a vida iluminada por uma luz mais clara que todas as outras luzes, por uma luz que ofusca, mas que também deixa ver mais longe que nunca, deixa ver a realidade que é invisível a quem não tem os olhos da fé.



É este o milagre que Jesus opera em cada um dos crentes, fazendo regressar, de forma barulhenta e com brados de alegria, a grande multidão dos crentes, aquela grande multidão que confia plenamente na salvação que Deus promete ao Seu Povo (ver 1.ª leitura).


Vivendo o Evangelho


Não desejamos que os fiéis passem a ter atitudes politicamente incorrectas, ou, melhor ainda, atitudes que causem escândalo àqueles que os observam, por serem barulhentas ou inconvenientes. Mas, no interior de cada um, na oração íntima e pessoal, apenas visível aos olhos de Jesus que passa – e passa continuamente – porque não havemos nós também de gritar como o filho de Timeu, alto e bom som para que Jesus nos escute? E, escutando, nos pergunte o que queremos? E nós, com toda a fé, aquela fé que é capaz de salvar os pecadores como nós, saibamos responder indubitavelmente: «Mestre, que eu veja» (Evangelho).



A Caminho; Agência Ecclesia


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