sábado, 20 de junho de 2009

XII Domingo do Tempo Comum | 21.06.09


A liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum diz-nos que, ao longo da sua caminhada pela terra, o homem não está perdido, sozinho, abandonado à sua sorte; mas Deus caminha ao seu lado, cuidando dele com amor de pai e oferecendo-lhe a cada passo a vida e a salvação.


A primeira leitura fala-nos de um Deus majestoso e omnipotente, que domina a natureza e que tem um plano perfeito e estável para o mundo. O homem, na sua pequenez e finitude, nem sempre consegue entender a lógica dos planos de Deus; resta-lhe, no entanto, entregar-se nas mãos de Deus com humildade e com total confiança.


No Evangelho, Marcos propõe-nos uma catequese sobre a caminhada dos discípulos em missão no mundo… Marcos garante-nos que os discípulos nunca estão sozinhos a enfrentar as tempestades que todos os dias se levantam no mar da vida… Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer a oposição das forças que se opõe à vida e à salvação dos homens.


A segunda leitura garante-nos que o nosso Deus não é um Deus indiferente, que deixa os homens abandonados à sua sorte. A vinda de Jesus ao mundo para nos libertar do egoísmo que escraviza e para nos propor a liberdade do amor mostra que o nosso Deus é um Deus interveniente, que nos ama e que quer ensinar-nos o caminho da vida.


Reflectindo o Evangelho


Para além de nos chocar a recente tragédia com o Airbus A330 da Air France em pleno Atlântico, faz-nos levantar os olhos aos céus e perguntar a Deus o porquê de tantas mortes e de tanto sofrimento, não só da parte dos passageiros e tripulantes, mas também das muitas famílias que, repentinamente, ficaram sem algum dos seus membros. E parece que Deus permanece silencioso perante todo este sofrimento.


Foi esta a experiência de Job. Uma experiência de sofrimento inocente, pois ele era um homem justo, que o levou a questionar Deus sobre o porquê desse sofrimento que tanto o angustiava. Mas Deus respondeu-lhe (ver 1.ª leitura). Respondeu-lhe de uma forma que é exclusiva de Deus. Deus não tem de se justificar perante o ser humano, qualquer que ele seja, mesmo que seja o mais justo dos seres humanos. Ele que fez o mar e lhe fixou limites (ver 1.ª leitura) nem sempre nos desvenda os seus desígnios insondáveis. Mas não é por isso que deixa de estar próximo do ser humano, particularmente do que está em sofrimento.


Prova disso é o Evangelho deste Domingo. Perante a «grande tormenta» (Evangelho) que se levantou e até mesmo perante as perguntas provocatórias dos que acompanhavam Jesus («Mestre, não Te importas que pereçamos?») (Evangelho), Jesus apresenta-nos um Deus que se preocupa connosco e que acalma as tempestades pedindo-nos apenas que sejamos capazes de ter fé n’Ele. Afinal é Ele o criador de tudo quanto existe, inclusive daquela criatura terrível e incompreensível para o povo judeu que é o mar. À Sua Palavra sopra um vento de tempestade que faz encapelar as ondas, como transforma o temporal em brisa suave e amaina as ondas (ver Salmo responsorial).

Vivendo o Evangelho


É com o dom da fé que nos tornamos capazes de enfrentar as tempestades da vida. E esse dom da fé vem-nos da vida nova que já possuímos, pelo facto de vivermos no Senhor Jesus. Ele, que morreu por todos, também vive por todos e quem está n’Ele é uma nova criatura (ver 2.ª leitura) que não teme tempestade alguma.


Vamos procurar viver esta semana com serenidade nos momentos difíceis em que levantamos os olhos aos céus questionando o silêncio e a aparente apatia de Deus.



Farol de Luz

A Caminho


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