sexta-feira, 24 de abril de 2009

III Domingo de Páscoa - 26.04.09


Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia do 3º Domingo da Páscoa procura responder.

A primeira leitura apresenta-nos, precisamente, o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que Jesus lhes faz.

O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial - no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço - que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse “encontro”, os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.

A segunda leitura lembra que o cristão, depois de encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma coerente com o compromisso que assumiu… Essa coerência deve manifestar-se no reconhecimento da debilidade e da fragilidade que fazem parte da realidade humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.


Reflectindo o Evangelho

O Evangelho deste Domingo continua a apresentar-nos os relatos das aparições de Jesus ressuscitado aos seus discípulos. Mal tinham acabado de contar o que lhes sucedera, e como O reconheceram no contexto da refeição, os discípulos de Emaús, juntamente com os outros discípulos, vêem novamente Jesus que vai ter com eles e, curiosamente, se apresenta também no contexto – aparentemente mundano e material – da refeição.
De facto, parece que Jesus privilegia os momentos das refeições para se encontrar com os seus: despediu-se dos discípulos na Última Ceia; aparece-lhes e reconhecem-no ao partir do pão e ao tomar uma posta de peixe para comer... Chega até a ser provocador ao perguntar-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?» (Evangelho).
Na verdade, o Seu maior desejo é partilhar da refeição do Seu Corpo e Sangue – aquele mesmo Corpo e Sangue que Ele entregou na Sua morte e ressurreição – com cada um dos seus discípulos, com cada um de nós.
É pela Sua morte e ressurreição, isto é, pela Páscoa do Senhor Jesus, que nós tornarmo-nos participantes desta refeição sagrada, pois é pela sua Páscoa que Ele nos dá o «arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações» (Evangelho). Esta é também a ideia da 2.ª leitura: Jesus é «a vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro». Por isso, somos convidados a arrependermo-nos e a convertermo-nos (ver 1.ª leitura) e a sermos suas testemunhas. Não só testemunhas da morte e ressurreição de Jesus, mas também testemunhas de que é Ele quem nos santifica, é Ele quem nos defende e é Ele quem intercede por nós junto do Pai (ver 2.ª leitura).

Vivendo o Evangelho

«Vós sois as testemunhas de todas estas coisas» (Evangelho). Mas que tipo de testemunhas seremos afinal?
Só podemos ser testemunhas fiéis se deixarmos que o nosso entendimento se abra para compreendermos as Escrituras (ver Evangelho) e se participarmos assiduamente da refeição pascal que o Senhor Jesus nos deixou para se encontrar connosco. Só desta forma podemos ser suas verdadeiras testemunhas que levam ao mundo a sua Palavra de Salvação.
Fonte:
A Caminho
Farol de Luz

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