sexta-feira, 20 de março de 2009

IV Domingo da Quaresma - 22.03.09

A liturgia do 4º Domingo da Quaresma garante-nos que Deus nos oferece, de forma totalmente gratuita e incondicional, a vida eterna.

A primeira leitura diz-nos que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de auto-suficiência, está a construir um futuro marcado por horizontes de dor e de morte. No entanto, diz o autor do Livro das Crónicas, Deus dá sempre ao seu Povo outra possibilidade de recomeçar, de refazer o caminho da esperança e da vida nova.

A segunda leitura ensina que Deus ama o homem com um amor total, incondicional, desmedido; é esse amor que levanta o homem da sua condição de finitude e debilidade e que lhe oferece esse mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim que está no horizonte final da nossa existência.


Reflectindo o Evangelho

Certamente já todos nós fizemos uma radiografia a conselho do nosso médico. E para quê a radiografia? Todos sabemos que serve para, através de radiações, fotografar, para mais detalhadamente analisar a zona que foi submetida a tal exame.
Ora, a liturgia deste IV Domingo da Quaresma convida-nos a fazer uma radiografia geral, não apenas a uma parte do nosso corpo mas a toda a nossa vida e conduta. O ser humano tem apenas duas hipóteses: ou vive na verdade ou opta pela mentira. Muitas vezes munidos pela rotina, com o stress em que vivemos constantemente, corremos o risco de vivermos sem pensar e, por isso, aproveitamos a noite para maquinar traições, malícias, maus pensamentos em relação àqueles que connosco se cruzam durante o dia, e aqui optamos pela via da mentira, da injustiça, da falta de transparência... Se procuramos a verdade então andamos "de cabeça levantada em plena luz do dia," e sentimo-nos muito melhor, pois nada há que nos intimide, nada há que nos venha a ser julgado ou apontado. Portanto, luz e trevas: binómio da realidade de qualquer ser humano. Ao cristão é exigido o caminhar na luz, que passa por identificar a sua vida com a vida de Cristo: amor, justiça, compreensão, inter-ajuda; a verdade, a liberdade, a responsabilidade, o testemunho, em vez da imitação do mal que tantas vezes nos fascina (o abandono da prática religiosa, o consumismo, a competição exagerada em relação ao próximo, a via dos negócios ilícitos…). Quem assim vive lucra: obtém a saúde (Salvação) e o prémio da vida eterna, pois "Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito: quem acredita n’Ele tem a vida eterna" (ver Evangelho). A certeza é esta: Deus ama-nos loucamente, o seu amor é mesmo obsessivo, a ponto de entregar o Seu próprio Filho para nos salvar. Por isso, "a salvação não vem de vós: é dom de Deus" (ver 2ª Leitura). Contudo, como diz Santo Agostinho: "Deus que te criou sem ti, não te salvará sem ti", basta simplesmente escolher a vida da luz, a via da verdade, na tua condição de liberdade/responsabilidade.

Fonte: A Caminho
Farol de Luz

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