segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A separação entre a Igreja e o Estado

A separação da Igreja do Estado está directamente relacionada com aquela que é uma das principais liberdades do homem: Liberdade de Religião. Este tema é muitas vezes criticado no seio da comunidade católica e até muito sensível no meio dela. Há quem defenda que a população portuguesa deva ter apenas uma religião: a católica, e assim seguir o catecismo e as diretrizes da mesma e aplicá-la na Educação, no Estado Social, na Saúde, na Justiça e em tudo o que são políticas. Outra parte da comunidade católica defende que o Estado seja laico, ou seja, não tenha nenhuma religião visto que a população portuguesa é constituída por católicos, muçulmanos, hindus, budistas, etc, preservando assim o direito à escolha de religião, sendo esta um dos direitos constituintes da Carta dos Direitos Humanos.

Na minha opinião, creio que uma religião deve ser acima de tudo uma escolha do individuo. É verdade que isto está tudo relacionado não com a fé, mas sim com a visão que as pessoas têm ao longo dos tempos de Deus. Vemos isso na própria Bíblia; se olharmos para o antigo testamento temos uma visão de um Deus mais punidor e de “respeito”, enquanto que se olharmos para o novo testamento temos uma visão de Deus mais próximo, um Deus de Amor. Deus dá-nos uma liberdade de escolha e isso é característico de um Pai que ama os seus filhos. Se olharmos bem para as fundações da nossa sociedade laica actual, conseguimos encontrar bases do catolicismo, o que me parece bastante correto. Basta ver-mos o nosso Código Civil que é baseado no Código do Direito Canônico, pois este é aquele que mais respeita as pessoas e que mais justo é. Nós portugueses, quer queiramos quer não queiramos, há uma coisa que somos que é ser português, e isto inclui herdar a nossa cultura, o nosso passado, a nossa língua, a nossa afectiva maneira de ser e por isso herdamos também a religião como parte intrínseca da nossa cultura.

A realidade é que também a Igreja Católica, mais do que o Estado, está presente no dia-a-dia dos portugueses, seja nas nossas Paróquias, nas Associações, nos Movimentos ou na Educação, a Igreja tem um papel fundamental na protecção dos mais carenciados. Se não fosse a Igreja a ajudar os mais carenciados, ninguém ajudava, pois o Estado, derivado aos interesses políticos, e devido à ineficácia das políticas, esquece-se muitas vezes daquilo que é o Estado social, na defesa dos mais pobres. A Igreja é suporte universal de qualquer sociedade especialmente na defesa dos mais idosos, dos mais carenciados, dos doentes e na luta contra a fome.

Mafalda Guia

Vogal de Caridade e Missão

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