sábado, 15 de agosto de 2009

XX Domingo do Tempo Comum - 16.08.09


A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum repete o tema dos últimos domingos: Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom.


No Evangelho, Jesus reafirma que o objectivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projecto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer.


A primeira leitura oferece-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”).


A segunda leitura lembra aos cristãos a sua opção por Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam.


Reflectindo o Evangelho


De certeza que alguns dos momentos da vida que mais nos agradaram foram passados à mesa, numa alegre confraternização, em alegre convívio com a família e os amigos. De facto, a refeição ocupa uma posição essencial na nossa vida, não só por ser a forma de recarregarmos as energias perdidas pela actividade do dia-a-dia, mas também porque é local de encontro e de união com os nossos semelhantes. Numa palavra, a refeição é local de comunhão: quando partilhamos uma refeição com alguém entramos em comunhão com essa pessoa e ela connosco, porque nos damos a conhecer, porque nos aproximamos, etc.


Tomar a refeição que Jesus continua a apresentar-nos nesta catequese do Pão da Vida (ver Evangelho) é entrar em comunhão com Ele. E entrar em comunhão com Ele é permanecer n’Ele: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele» (Evangelho). E permanecer n’Ele é alcançar a vida da qual Ele já participa, a vida eterna: «Quem comer deste pão viverá eternamente» (Evangelho). Por isso, Ele, Sabedoria Eterna de Deus, lança-nos o convite para participarmos no banquete preparado para nós já desde tempos imemoriais: «Vinde comer do meu pão e beber do vinho que preparei» (1.ª leitura). Se participarmos da refeição da Sabedoria de Deus, entramos em comunhão com Ela, tornamo-nos mais semelhantes a Ela.



Vivendo o evangelho


«Saboreai e vede como o Senhor é bom» (salmo responsorial): é este o convite que o salmo deste Domingo nos faz: saborear a refeição da Sabedoria de Deus, do Seu Corpo e Sangue, para que, cada vez mais, nos transformemos n’Ele e Ele em nós. É esta a vontade do Senhor que São Paulo nos exorta a descobrir (ver 2.ª leitura). Sejamos capazes de a descobrir e, descobrindo-a, capazes de a realizar frequentemente, porque temos o banquete do Corpo e Sangue de Jesus sempre à nossa espera, sempre pronto para nos alimentar.


Farol de Luz ; A Caminho


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